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Música e Regulação Emocional



No artigo A Systematic Review on the Neural Effects of Music on Emotion Regulation: Implications for Music Therapy Practice (Moore, 2013), a autora verificou que existem certas experiências musicais que produzem padrões de ativação neural implicados na regulação da emoção (RE).


A RE é caracterizada pelo aumento da ativação nas áreas de controle e monitoramento cognitivo - o córtex cingulado anterior (CCA), córtex orbitofrontal (COF) e córtex pré-frontal Dorsolateral (CPFDL) - o que leva à diminuição da ativação da amígdala. Por exemplo, ouvir música considerada agradável ou alegre ativou o CCA, o COF e diminuiu a ativação na amígdala. Padrões de ativação semelhantes foram encontrados ao ouvir música, independentemente do significado emocional para o ouvinte e ao cantar. Esses padrões também foram relatados quando músicos estavam improvisando. Deve-se notar, porém, que um estudo relatou desativação no CPFDL durante a improvisação, o que os autores atribuíram ao seu papel em fornecer uma estrutura para comportamentos direcionados a objetivos, um papel desnecessário ao improvisar.





Esses resultados fornecem evidências preliminares que apoiam o uso da escuta musical, do canto e da improvisação para facilitar a RE. Além disso, os resultados desta revisão indicaram certas características musicais e experiências que produziram padrões de ativação aumentados na amígdala, ou seja, que podem causar desregulação emocional, como ouvir música em tonalidade menor, dissonante, negativa ou desagradável e alterar acordes, especialmente de forma inesperada. Além disso, ouvir música com os olhos fechados aumentou a atividade da amígdala, assim como proporcionou um estímulo sensorial mais complexo ao associar a música com um estímulo visual.


Os resultados da revisão são preliminares e a autora salienta que são necessários mais testes controlados para que se possa identificar quais os parâmetros sonoros causam ativação das estruturas que propiciam RE. Porém, esses dados apontam caminhos para o uso intencional de recursos na Musicoterapia, bem como alertam para o mau uso desses recursos, podendo causar efeitos iatrogênicos (adversos ou danosos).

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