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Métodos em Musicoterapia

Método é aqui definido como um tipo particular de experiência musical usada para avaliação diagnóstica, tratamento e/ou avaliação. Uma vez que existem quatro tipos principais de experiências musicais, elas são consideradas os quatro métodos principais da musicoterapia:

  • Improvisação: o cliente faz música ao tocar ou cantar, criando extemporaneamente uma melodia, um ritmo, uma canção ou uma peça instrumental. O cliente pode improvisar sozinho, num dueto ou em um grupo que inclui o terapeuta, outros clientes e, às vezes, parentes. O cliente pode usar qualquer mídia musical dentro de suas capacidades (p. ex., voz, sons corporais, percussão, instrumentos de corda ou de sopro, teclados, e assim por diante). O terapeuta ajuda o cliente fornecendo as instruções e demonstrações necessárias, oferecendo uma ideia ou estrutura musical como base da improvisação, tocando ou cantando um acompanhamento que estimule ou guie a improvisação do cliente, ou apresentando uma ideia não musical (p. ex., uma imagem, um trabalho artístico, uma estória) para o cliente retratar através da improvisação.

  • Recriação: o cliente aprende, canta, toca ou executa música composta previamente ou reproduz qualquer tipo de forma musical apresentada como modelo. Também estão incluídos atividades ou jogos musicais estruturados nos quais o cliente cumpre papéis ou apresenta comportamentos que foram especificamente definidos. O termo “recriativo” é usado aqui no lugar de “performance” ou “execução” por que estes últimos geralmente subentendem o cantar ou tocar uma peça diante de uma audiência. Recriar é um termo mais amplo que inclui representar, reproduzir, realizar ou interpretar qualquer parte de um trabalho musical já existente, seja isto feito com ou sem uma audiência.

  • Composição: em experiências de composição, o terapeuta ajuda o cliente a escrever canções, letras ou peças instrumentais, ou a criar qualquer tipo de produto musical, tais como clipes de música ou fitas de áudio. Normalmente o terapeuta tem a responsabilidade pelos aspectos mais técnicos do processo e dosa a participação do cliente de acordo com suas capacidades musicais. Por exemplo, o cliente pode gerar a melodia em um instrumento simples de placas (ex: xilofone, metalofone), enquanto o terapeuta fornece acompanhamento harmônico, ou o cliente pode produzir a letra enquanto o terapeuta compõe a melodia e harmonia que a acompanharão.

  • Receptivo (audição): em experiências receptivas, o cliente ouve a música e responde à experiências silenciosamente, verbalmente ou em outra modalidade. A música usada pode improvisações, recriações ou composições executadas ao vivo ou gravações, do cliente, terapeuta ou de gravações comerciais de diferentes estilos (p.ex., clássico, rock, jazz, country, religiosa, New Age). A experiência de audição pode estar focada nos aspectos físicos, emocionais, intelectuais, estéticos ou espirituais da música, e a resposta do cliente varia de acordo com o propósito terapêutico da experiência.
     

Referência:​ BRUSCIA, K. Definindo Musicoterapia. Tradução de Marcus Leopoldino. Dallas, EUA: Barcelona Publishers, 2016.

Música

É a arte de combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção dentro do tempo. As principais partes que constituem a música são:

  • Melodia (sons dispostos sucessivamente);

  • Harmonia (sons dispostos simultaneamente);

  • Contraponto (conjunto de melodias dispostas sucessiva e simultaneamente);

  • Ritmo (ordem e proporção em que estão dispostos os sons que constituem melodia e harmonia).

A música é uma instituição humana na qual indivíduos criam significado, beleza e relações através do som, usando as artes da composição, improvisação, performance e audição. Significado e beleza são derivados das relações intrínsecas criadas entre os próprios sons, das relações extrínsecas criadas entre a experiência sonora e outras experiências humanas e das relações interpessoais e socioculturais inerentes ao processo de fazer ou experimentar música (musicar).

Em terapia, a música assume um papel integral no processo terapêutico, algumas vezes servindo como um parceiro do terapeuta e outras vezes facilitando ou induzindo a transformação no cliente, com uma pequena, ou mesmo sem, ajuda do terapeuta. Uma distinção tem sido feita entre música como terapia e música na terapia. Sendo que a primeira se refere à música como agente e meio primário para a transformação terapêutica, exercendo influência direta no cliente e em sua saúde. Nesta abordagem, a principal meta do terapeuta é ajudar o cliente a se conectar ou se engajar na música, servindo assim como guia ou facilitador que tem a expertise necessária para apresentar a música ou experiência musical apropriada para o cliente. Esta abordagem tem sido chamada de "musicoterapia músico-centrada" ou "musicoterapia centrada na música", e é descrita por Kenneth Aigen (EUA) e André Brandalise (Br).

No segundo caso, a música é utilizada não apenas por suas propriedades curativas, mas também para aumentar a relação terapeuta- cliente ou outras modalidades de tratamento. Aqui, a música não é o único ou o principal agente de transformação, e seu uso depende do terapeuta. Nesta abordagem, a principal meta do terapeuta é alcançar as necessidades do cliente através de qualquer meio que pareça mais relevante ou adequado, quer seja com música, com a relação ou outra modalidade terapêutica.

Assim, quando utilizada como terapia, a música é o primeiro plano da experiência, ea relação e outras modalidades são o pano de fundo; quando utilizada em terapia, a música fornece o pano de fundo da experiência, enquanto que a relação e outras modalidades servem de primeiro plano.

É válido destacar que essas possibilidades podem ser intercambiáveis dentro da terapia, sendo que uma forma ou outra é mais ou menos utilizada dependendo dos objetivos terapêuticos e das colocações do cliente naquele momento (grifo meu).

A comunicação musical se sobrepõe à verbal e outras formas de comunicação não verbais, e pode servir de ponte entre elas. Música não é apenas sons não verbais, ela pode remeter a palavras, movimentos e imagens. Assim, a música não apenas comunica uma coisa que apenas musical, mas também realça e aumenta a comunicação verbal e a não verbal.

Referências

BRUSCIA, K. Definindo Musicoterapia. Tradução de Marcus Leopoldino. Dallas, EUA: Barcelona Publishers, 2016.

 

MED, B. Teoria da Música. Brasília, DF: Musimed, 1996.

Musicoterapeuta

"é o profissional de nível superior ou especialização, com formação reconhecida pelo MEC e com registro em seu órgão de representação de categoria. Ele/a é habilitado/a a exercer a profissão no Brasil. Ele/a facilita um processo musicoterápico a partir de avaliações específicas, com base na musicalidade e na necessidade de cada pessoa e/ou grupo. Estabelece um plano de cuidado e um processo musicoterápico a partir do vínculo e de avaliações específicas atendendo às premissas de promoção da saúde, da aprendizagem, da habilitação, da reabilitação, do empoderamento, da mudança de contextos sociais e da qualidade de vida das pessoas, grupos e comunidades atendidas. O musicoterapeuta pode atuar em áreas como: Saúde, Educação, Social / Comunitária, Organizacional, entre outras."

Referência: UNIÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE MUSICOTERAPIA. Definição Brasileira de Musicoterapia. 2018. Disponível em: http://ubammusicoterapia.com.br/definicao-brasileira-de-musicoterapia/.

Musicoterapia

"é um campo de conhecimento que estuda os efeitos da música e da utilização de experiências musicais, resultantes do encontro entre o/a musicoterapeuta e as pessoas assistidas. A prática da Musicoterapia objetiva favorecer o aumento das possibilidades de existir e agir, seja no trabalho individual, com grupos, nas comunidades, organizações, instituições de saúde e sociedade, nos âmbitos da promoção, prevenção, reabilitação da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários; evitando dessa forma, que haja danos ou diminuição dos processos de desenvolvimento do potencial das pessoas e/ ou comunidades."

Referência: UNIÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE MUSICOTERAPIA. Definição Brasileira de Musicoterapia. 2018. Disponível em: http://ubammusicoterapia.com.br/definicao-brasileira-de-musicoterapia/.

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