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Neurodiversidade

Ideia cunhada pela socióloga Judy Singer no final da década de 1990 com sua tese de doutorado que fora transformada no livro Neurodiversity: The Birth of an Idea, e disseminada pelo jornalista Steve Silberman com o lançamento do livro NeuroTribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity, em 2015. Considera condições como o autismo, TDAH, dislexia, AH/SD, entre outras, como variações naturais da neurologia humana, e não doenças ou distúrbios que necessitam ser curados. Ainda, entende-se que as pessoas neurodiversas deveriam ser mais respeitadas dentro da sociedade por conta do seu funcionamento diferenciado, e a partir do recebimento de atendimentos e acessibilidade condizentes com suas necessidades, terem a oportunidade de desenvolver o seu pleno potencial.

Referências

http://www.neurodiversity.com/

SILBERMAN, S. NeuroTribes: The Legacy of Autism and the Future of Neurodiversity (2015).

SINGER, J. Neurodiversity: The Birth of an Idea (1990).

Níveis de Experiência Musical

Segundo Bruscia (2016), os critérios que determinam se uma experiência é intrinsecamente musical são:

  • Se o estímulo ou a resposta (input/output) é humano ou não humano, aleatório ou ordenado, e controlado intencionalmente ou não intencionalmente;

  • Se o estímulo ou a resposta são auditivos, vibratórios ou visuais;

  • Se são organizados de acordo com os parâmetros sonoros ou outros parâmetros (ex: padrões motores e padrões de fala);

  • Se os sons produzem formas significativas; e

  • Se algum aspecto da experiência é de natureza estética.

Baseado nesses critérios, cinco níveis de experiências musicais podem ser discriminados na musicoterapia clinica:

  • Pré-musicais: são aqueles insuficientemente desenvolvidos, organizados ou completos para serem considerados intrinsecamente musicais, ou cuja função é mais de sinal comunicativo do que propriamente de expressão musical. Os exemplos incluem: vibrações aleatórias, formas vibratórias, sinais elétricos musicais, ritmos motores, ritmos visuais, sons naturais ou ambientais, sons de animais, sons instrumentais ou corporais desorganizados, vocalizações aleatórias, balbucios ou prosódia. Processos pré musicais são aquelas reações à musica que têm intencionalidade insuficiente para serem qualificadas como musicais. Exemplos incluem respostas reflexivas ou autônomas à musica, transformações no nível de consciência devido à música e esquemas sensório-motores disparados pela música.

  • Musicais: são sons suficientemente controlados ou organizados de forma a criar relações que são intrinsecamente significativas. Embora os sons possam representar, descrever ou referir-se a algo além deles próprios, seu significado primário apóia-se nas relações musicais existentes entre os próprios sons simultâneos e sucessivos. Essas relações intrínsecas ficam evidentes quando o material é organizado de acordo com os elementos musicais básicos (exemplo, pulsação, ritmo, escala, tonalidade, melodia, harmonia, textura, timbre, dinâmica), e quando o material cria formas musicais (por exemplo, temas, frases, improvisações, composições, execuções). Processos musicais incluem todos os esforços intencionais de escutar ou fazer música. Escutar é uma experiência musical em que são feitos esforços para apreender e experienciar as relações e os significados intrínsecos da música. Elas geralmente envolvem uma variedade de processos latentes como esperar, perceber, discriminar, analisar, relembrar, avaliar, interpretar, sentir, preferir, e assim por diante. Criar sons é considerado uma experiência musical quando se faz esforços para controlar, manipular, e organizá-los de modo a produzir relações significativas dentre e entre eles. Tipicamente, isso envolve atividades tais como improvisar, apresentar uma música, compor e as várias atividades nelas envolvidas.

  • Extramusicais: são essencialmente os aspectos não musicais da música ou da experiência musical que se originam, afetam ou retiram o seu significado da musica (por exemplo, letras, programas, histórias ou dramas representados na música). Tais elementos podem ser significativos por si próprios ou podem depender da música para lhes dar significado. A música, por outro lado, é independente dos elementos extramusicais para seu significado essencial, embora tenha seu significado intensificado ou ampliado por causa deles. Isto é, os sons por si próprios não são menos significativos ou menos interrelacionados do ponto de vista musical, embora seu significado e as relações essencialmente musicais sejam intensificados ou ampliados pelos aspectos extramusicais. Em função dessa dupla camada de significados, o ouvinte pode colocar a música no primeiro plano da experiência e retirar os significados primariamente da musica, mantendo os elementos extramusicais em segundo plano, ou fazer o inverso, centrar-se nos elementos extramusicais para a obtenção de significados, mantendo a música em segundo plano. Processos extramusicais são essencialmente comportamentos e reações à música que não envolve fazer música, mas que se originam, em seu significado, da música que está sendo experienciada. Exemplos incluem responder à música através do movimento ou fazendo mímica, dramatização, desenho, pintura, escultura, ou usando a imaginação, fantasiando, falando, escrevendo, etc. Aqui também a pessoa pode colocar a música em primeiro plano e modelar o comportamento de acordo com a música, ou ao contrário, centrar-se no comportamento extramusical e colocar a música no segundo plano da experiência. É importante salientar que, quando clientes e terapeutas discutem a música que acabaram de criar ou ouvir, o produto e o processo podem ser considerados extramusicais em sua natureza. Assim, a própria conversa sobre uma improvisação, depois que ela ocorre, é um “processo” extramusical seu objetivo pode ser descrever a música verbalmente, verbalizar a reação de alguém à música ou dar significado verbal à música. A discussão em si é um “produto” extramusical existe como um artefato verbal da música.

  • Paramusicais: são aqueles aspectos do ambiente musical que se impõem ao individuo enquanto ele ouve ou faz música e que não se relacionam intrinsecamente com a música e não dependem da música para obter seu significado. Geralmente, estes materiais ou produtos podem ocorrer independentemente da música, embora coincidam com ela, ou podem ser estimulados pela música de forma colateral. Exemplos incluem (1) pessoas, objetos, móveis, luzes e adereços no ambiente da música, e (2) dança, teatro, obras de arte, poesia, etc., criados de forma independente da música, mas ainda no ambiente da música. Processos paramusicais são comportamentos ou reações que ocorrem dentro do contexto da atividade musical, mas são não musicais em sua intenção ou conteúdo. Tais respostas podem emergir ou originar-se a partir da música, do ambiente ou da experiência musical, embora não estejam intrinsecamente relacionadas com a música ou passem a ser por ela controladas, e tampouco dependam da música para extrair significado. Exemplos incluem sonhar acordado, ficar distraído, conversar algo que não seja a música, ou praticar outra atividade artística, tudo com fundo musical, etc.

  • Não musicais: são aqueles aspectos do ambiente musicoterapêutico que se impõem ao cliente, mas que não possuem ou produzem significado a partir dos outros estímulos ou respostas mencionados anteriormente. Processos não musicais são aqueles pensamentos, comportamentos ou reações emocionais que não possuem intenção ou significação musical e que não se derivam, afetam ou retiram seu significado de nenhuma atividade musical.

Referência: BRUSCIA, K. Definindo Musicoterapia. Tradução de Marcus Leopoldino. Dallas, EUA: Barcelona Publishers, 2016.

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